A Convenção Nacional da Saúde (CNS) apresentou hoje, dia 9 de Novembro, na Ordem dos Médicos, em Lisboa, uma ferramenta inovadora para avaliar o sistema de saúde. O Relatório de Avaliação de Desempenho e Impacto do Sistema de Saúde – RADIS – vai permitir avaliar pontos fortes e pontos de melhoria, com o objectivo de desenvolver um sistema de saúde mais robusto.
Esta ferramenta, que foi desenvolvida por uma equipa multidisciplinar jovem que junta médicos, farmacêuticos, economistas, juristas e matemáticos, vai permitir obter um retrato factual, transparente e não ideológico do desempenho e impacto do sistema de saúde e foca-se num ponto essencial para a CNS: a promoção de mais literacia em saúde.
“O RADIS constitui-se como uma ferramenta que contribui para o aumento da literacia em saúde e do vasto conhecimento do sistema de saúde em Portugal, proporcionando, assim, a reflexão de todos”, explicou, durante abertura do evento, o presidente da CNS, Eurico Castro Alves.
“Na Convenção Nacional da Saúde defendemos que o cidadão deve estar no centro do sistema de saúde. Um sistema assente em três premissas-chave: a pessoa no centro do sistema de saúde, o valor em saúde e a promoção da saúde e do bem-estar”, sublinhou o presidente da Convenção.
Durante a apresentação do RADIS, a equipa que esteve 11 meses a trabalhar neste projecto ressalvou o objectivo de que este não seja apenas mais um relatório. O objectivo do RADIS é ser uma ferramenta agregadora de dados de saúde dispersos e contribuir para um maior envolvimento no debate sobre a saúde em Portugal.
No painel de comentários, moderado pelo Presidente do Conselho Estratégico Nacional da Saúde da CIP e Presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, e que contou com as intervenções do Presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada, Óscar Gaspar, da Presidente da SER RARO Portugal, Ana Rute Sabino, do Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, do Presidente do Conselho de Administração do Hospital da Senhora da Oliveira, Henrique Capelas, e do Provedor da Misericórdia do Porto, António Tavares, os oradores foram consensuais: o RADIS é uma oportunidade.
Ao longo das intervenções, os convidados deste painel abordaram também a importância da interligação entre a Saúde e a Segurança Social que este relatório traz e o facto de o RADIS ser um instrumento dinâmico que visa melhor acesso e melhor prestação de cuidados de saúde aos cidadãos.
No início da sessão de encerramento desta conferência, o Chairman da Convenção Nacional da Saúde, Miguel Guimarães, considerou que este relatório será motivo de análise e defendeu a importância de existirem mais dados disponíveis sobre aquilo que é feito nas unidades de saúde.
Assegurando que o acesso é uma grande dimensão da qualidade, o Chairman da CNS e bastonário da Ordem dos Médicos salientou a importância da promoção da saúde, da prevenção da doença em áreas especificas e da literacia e educação da população na área da saúde.
Também o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, esteve hoje presente na apresentação do RADIS. O ministro defendeu a importância desta iniciativa, afirmando que “a informação transparente e objectiva é decisiva para o futuro da democracia”.
Manuel Pizarro reforçou ainda a necessidade de que todas as entidades se entendam sobre os factos e considerou que estas informações, presentes no RADIS, são úteis para formular decisões.
Ao considerar que a Convenção Nacional da Saúde reúne as entidades públicas e privadas “que podem fazer a diferença”, o ministro da Saúde elogiou o RADIS, que espera vir a permitir “uma intervenção sobre a realidade, de forma a melhorar o sistema de saúde”.
Este relatório será apresentado anualmente.
A apresentação completa pode ser consultada aqui.